Zenilda Ribeiro

Escrever é um ato libertador e uma forma de me reinventar.

Textos

Sentir-se farta na falta
E a gente vai aprendendo.
O real valor de certas coisas.
Que talvez na abundância.
Não sentíamos a relevância.
Como o valor de por aí andar.
Com a família passear.
A importância de respirar.
Sentir o sol arder na pele.
Sentir o vento soprando.
Atravessar a rua.
Tocar pessoas e coisas.
Tantas coisas que fazíamos.
Talvez mecanicamente.
Hoje voltam à mente.
Na nostalgia do momento.
Acordar de sobressalto.
E sair pra trabalhar.
Mesmo este ato.
Representava a liberdade.
Veja que contrariedade.
O trabalho está em casa.
Mas nos falta o fora de casa.
E na falta aprendo sobre o que tenho.
Na falta sinto-me farta.
Mas às vezes no meu peito sinto a falta.
Percebo meu mundo encolhido.
Sinto-me contraída, pequena.
Mas estou agradecida.
Sou agraciada.
Tenho um lar, uma família.
Estou respirando.
Estou contemplando o que tinha.
No que hoje tenho.
Aprendendo com as restrições.
A viver a completude.
Revendo as atitudes.
Entendendo as inquietudes.
E mesmo nessa confusão.
A esperança retorna.
Apesar da circunstância que transforma.
Tudo à nossa volta.
Sei que a paz logo volta.
Zenilda Ribeiro
Enviado por Zenilda Ribeiro em 04/06/2020
Alterado em 15/06/2020
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.


Comentários

Site do Escritor criado por Recanto das Letras