Zenilda Ribeiro
Escrever é um ato libertador e uma forma de me reinventar.
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Escolho agradecer
Disse um sobrevivente.
Do terrível holocausto.
Que tudo podem nos tirar.
Dinheiro,  bens, a liberdade.
Roubar-nos o direto de falar.
Mas uma coisa nos restará.
E esta, só a nós caberá.
A liberdade pra escolher.
Qual atitude tomar.
Diante de um grande penar.

Então se posso escolher.
O melhor jeito pra viver.
Nesse momento tão difícil.
Que tanto nos causa sofrer.
Escolho acreditar e insistir.
Fazer poesias pra inibir.
O medo de sucumbir.
Com palavras colorir.
De esperança os nossos dias.
E espalhar boas energias.
Contagiando o interior.
Nesse ato libertador.
Capaz de amenizar a dor.
Encorajando aos que amo.
Pra seguirem acreditando.

Escolho agradecer.
Ser grata por tanta gente.
Que se doa diariamente.
Pra garantir nosso sustento.
Os que nos hospitais.
Enfrentam situações cruciais.
E os que a cada dia.
Me trazem o que preciso.
Evitando minhas saídas.
Protegendo as nossas vidas.
Enquanto arriscam as próprias vidas.

Escolho agradecer.
Por ter o meu trabalho.
De onde posso prover.
As minhas necessidades.
Sei que nessa pandemia.
Há também a agonia.
Dos milhares sem trabalho.
Passando por privações.
Sem ter de onde tirar.
O sustento,  a provisão.
Nesse país tão desigual.

Escolho agradecer.
Pela família que construí.
Por ter amigos aqui e ali.
Pessoas que recebi.
Como dádivas do criador.
Preenchem o meu mundo de cor.
De alegrias e esperanças.
E nas atuais circunstâncias.
Mesmo estando à distância.
Me enviam aquela energia.
Que vem da empatia.
E acrescentam ao meu dia.
Luz, calor e alegria.
Zenilda Ribeiro
Enviado por Zenilda Ribeiro em 08/06/2020
Alterado em 15/06/2020
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