Zenilda Ribeiro
Escrever é um ato libertador e uma forma de me reinventar.
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Plantando palavras

No branco da folha (tela) à minha frente.
Um grande espaço se descortina.
Sinto-me convocada a tomar posse.
Demarcar o campo, preparar meu terreno.
Nesse espaço posso livremente trafegar.
Sem máscaras, sem medos.

Aqui posso semear ideias.
Preparar carinhosamente o meu roçado.
Contemplar a terra e escolher cada semente.
Nesse terreno as sementes sempre germinam.
Algumas se espalham, ganham os ares.
Se tornam frondosas árvores.

Há os que tentam podá-las ou cortá-las.
Mas as plantas fincaram raízes, renascem.
Brotam novamente vicejantes, multiplicam-se.
Ah, como é bom vivenciar esse momento.
Procurando as melhores sementes.
Para lançá-las ao chão e imaginar.
Os que virão os seus frutos apanhar.

Sinto-me feliz e plena assim.
Fazendo a cada dia minha semeadura.
E nessas horas que têm sido duras.
No meu labor me sinto renascer.
Sonho e luto para que um novo mundo.
Possa estar sendo plantado e prestes a nascer.
Onde o humano pode olhar-se, encontrar-se.
Amar, cuidar, respeitar e em paz conviver.
Zenilda Ribeiro
Enviado por Zenilda Ribeiro em 04/07/2020
Alterado em 04/07/2020
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