Zenilda Ribeiro
Escrever é um ato libertador e uma forma de me reinventar.
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Lembranças de um escultor

Com um pedaço de madeira
Uma pequenina faca
Aquele grande homem
De pequena estatura
Criava uma escultura.

Eram crânios, pés ou braços
Que as pessoas lhe pediam
Pra pagar alguma promessa
Uma graça alcançada 
Num momento de desventura.

Mas também ele fazia
Utensílios para cozinha
Conjuntos de bule e xícaras
Travessas bem esculpidas
Colheres de servir à mesa.

Também colher-de-pau
Pra mexer o mugunzá
O angu ou a canjica
Ou até para curar
Dos pequenos a gagueira
Com umas leves batidas
Na cabeça da criança.

Se funcionava, eu não sei
Talvez também servisse
Pra espantar marido bêbado
Que chegasse importunando
Essa receita meu vovô sempre ensinava.

Se era a melhor idade,
não posso afirmar
Mas afirmo com propriedade
Que as melhores tardes da minha infância
Foram aquelas que passei
A contemplar o meu vovô
Dedicado em seu labor
Criando suas esculturas
Todas esculpidas com amor.
Zenilda Ribeiro
Enviado por Zenilda Ribeiro em 06/10/2020
Alterado em 01/06/2021
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