Zenilda Ribeiro
Escrever é um ato libertador e uma forma de me reinventar.
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Embriaguez

Imersa estou nesta dor
Mergulhada num abismo profundo
Oh, Senhor! Onde estás?
Olha pra mim, ouve meu clamor.
Será que não escutas os meus ais?
Sera que te apraz a minha dor?

Diariamente busco a alegria.
Procuro em vão um alento.
Escorrego na lama, afundo mais.
Então me refigiu na fantasia. E
pra não entregar-me ao lamento.
Bebo uma taça de poesia

Como não sucumbir nesse caos?
Como nao se entregar à amargura?
Mas eis que ela chega, me olha e derperta
Sonhos, desejos, utopias, loucuras
À ela me entrego sem medo ou pudor
Me embriago de prazer, esqueço a dor.

Oh divino espírito que o mundo recria.
Sem ti nossas vidas sem cor estariam
Nadariam no pântano, não sobreviveriam.
Com tuas lentes posso melhor enxergar
A dor que me habita e me causa agonia.
Numa tela, num poema, nova cor vai ganhar.

Na embriaguez da arte, a lúcida resposta.
Ah, quero viver assim, embriagada.
Com essa lucidez ensandecida
Saciada e ao mesmo tempo faminta.
Rompendo barreiras, desenhando rotas.
Mesmo quando as linhas são tortas.
Zenilda Ribeiro
Enviado por Zenilda Ribeiro em 25/05/2021
Alterado em 25/05/2021
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