A outra margem
No outro lado da folha. Na outra margem. Do lago, do rio, Do livro, da vida O que há? O que vou encontrar? Talvez seres atormentados. Talvez possuídos, possessos. Presos aos próprios limites. Ou no limite da exaustão. Num mar em agitação. É que a outra margem Pode nos conectar ao todo. E o todo pode revelar fragilidades. O todo pode revelar-se ínfimo. Na outra margem Posso me encontrar. E talvez esse seja um dos medos. É que a água Não corre apenas por uma margem. A história não se passa Numa margem única. Ela acontece de margem a margem. E a outra margem também é rio. É preciso ir até a outra margem. Lá posso encontrar as chaves Para a libertação. Mas a escolha é minha. Atravessar até a outra margem. Procurar as chaves. Usá-las ou simplesmente, Mesmo com as chaves Ignorá-las e voltar à mesma margem. Não tenha medo da outra margem. Lá pode está o tesouro. Lá poderás encontrar as pistas Para o desfecho do enredo. Ou criar outro enredo. Mais atrativo, mais envolvente. Porque a história acontece. Também na outra margem. Zenilda Ribeiro
Enviado por Zenilda Ribeiro em 30/06/2021
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